O São Paulo Fashion Week, que termina algumas semanas atras, teve pela primeira vez como centro dos holofotes os investidores que chegam com dinheiro para alavancar os negócios e não apenas os criadores de moda. Em meio à efervescência do evento, uma marca feminina que acaba de trocar as passarelas do Rio pelas de São Paulo chama a atenção. Trata-se da Animale, grife carioca fundada em 1991 e que começa o ano com a ambiciosa meta de dobrar de tamanho até 2010.
Os sócios da Animale, o economista Roberto Jatahy e suas duas irmãs, as advogadas Claudia e Gisella, têm planos de abrir 30 lojas em três anos. Criada inicialmente como uma marca de varejo voltada para o público da classe B, modelo de negócio que foi mantido por oito anos, a Animale reposicionou-se como uma marca de luxo a partir do ano 2000, quando deslanchou.
Assim com outras grifes, a marca carioca não escapou do faro dos investidores, que estão à caça de oportunidades. "Já fomos procurados por quatro grupos. Este processo de participar de um grupo é irreversível, não podemos ficar isolados. Mas estou analisando as propostas com muito cuidado", diz Jatahy, que prefere não dizer os nomes dos fundos que o procuraram. " Algumas marcas adquiridas recentemente estavam em dificuldade financeira e este não é o nosso caso. Quero participar de um grupo que tenha uma proposta que leve em consideração a gestão das marcas", acrescenta o empresário, que é responsável pelas áreas administrativa e financeira.
Um dos interessados na Animale, segundo fontes do setor, é a empresa de consultoria Galeazzi. Outros fundos que poderiam estar interessados são o PCP (Pactual Capital Partners), que adquiriu Ellus e Isabela Capeto; o Artesia, que comprou Le Lis Blanc; o Gávea e o I'M , que tem uma carteira de sete marcas e lançou uma grife masculina do estilista Renato Kherlakian.
Há oito anos, a Animale possuía dez lojas. Hoje, são 28, todas próprias. "Nosso foco agora é São Paulo, onde queremos abrir mais três lojas este ano. Em 2007, o faturamento das sete lojas de São Paulo foi igual ao das 11 lojas do Rio. Neste ano, a receita de São Paulo deve ser 20% maior", diz Roberto Jatahy. Suas irmãs cuidam da criação e estilo da grife caracterizada pelo corte sofisticado e feminino.
O reposicionamento de imagem foi feito pela MINT, agência de direção criativa que já fez trabalhos para marcas como PUC e Alcaçuz. Com a mudança, as lojas, que antes tinham em média 50 metros quadrados, passaram a ter o triplo da área. "Até por conta dessa metragem, ainda não conseguimos fechar com o Shopping Iguatemi, mas estamos em negociação. Também estamos conversando com os demais shoppings do grupo Iguatemi, o Cidade Jardim, o JK e em Alphaville", diz Jatahy.
Ele não revela o faturamento da Animale, mas, segundo o Valor apurou, é de cerca de R$ 90 milhões por ano. O valor médio gasto pelas clientes nas lojas da rede é de R$ 500 por compra. Entre 2006 e 2007, a receita da grife cresceu 54% e a expectativa é de manter um aumento de 50% por ano até 2010, diz Jatahy. Para isto, a rede colocará nas prateleiras uma nova linha esportiva e de lingerie.
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